UMA FORANIA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSAO

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Campanha da Fraternidade - 2015


Com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45), a  Campanha da Fraternidade (CF) 2015 buscará recordar a vocação e missão de todo o cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II.
O texto base utilizado para auxiliar nas atividades da CF 2015 já está disponível nas Edições CNBB. O documento reflete a dimensão da vida em sociedade que se baseia na convivência coletiva, com leis e normas de condutas, organizada por critérios e, principalmente, com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles que convivem”.
Na apresentação do texto, o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, explica que a Campanha da Fraternidade 2015 convida a refletir, meditar e rezar a relação entre Igreja e sociedade.
“Será uma oportunidade de retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Ensinamentos que nos levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana. Sabemos que todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos”, comenta dom Leonardo.
Proposta do subsídio
O texto base está organizado em quatro partes. No primeiro capítulo são apresentadas reflexões sobre “Histórico das relações Igreja e Sociedade no Brasil”, “A sociedade brasileira atual e seus desafios”, “O serviço da Igreja à sociedade brasileira” e “Igreja – Sociedade: convergência e divergências”.
Na segunda parte é aprofundada a relação Igreja e Sociedade à luz da palavra de Deus,  à luz do magistério da Igreja e à luz da doutrina social.
Já o terceiro capítulo debate uma visão social a partir do serviço, diálogo e cooperação entre Igreja e sociedade, além de refletir sobre “Dignidade humana, bem comum e justiça social” e “O serviço da Igreja à sociedade”. Nesta parte, o texto aponta  sugestões pastorais para a vivência da Campanha da Fraternidade nas dioceses, paróquias e comunidades.
O último capítulo do texto base apresenta os resultados da CF 2014, os projetos atendidos por região, prestação de contas do Fundo Nacional de Solidariedade de 2013 (FNS) e as contribuições enviadas pelas dioceses, além de histórico das últimas Campanhas e temas discutidos nos anos anteriores.
Adquira o texto base da CF 2015www.edicoescnbb.com.br ou (61) 2193.3019
Fonte: http://www.cnbb.org.br/campanhas-1/fraternidade/15079-cnbb-publica-texto-base-da-cf-2015

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

COMUNIDADE DE COMUNIDADES: UMA NOVA PARÓQUIA


SÍNTESE DO COMUNIDADE DE COMUNIDADES: UMA NOVA PARÓQUIA


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Igreja no Brasil, presença viva, comunidade que evangeliza. Igreja em estado permanente de missão. Urgência de renovação da paróquia. Para tanto, faz-se necessária uma conversão pastoral: abandono de um caminho e a escolha de outro.
“Ser discípulo-missionário de Jesus Cristo, para que Nele nossos povos tenham vida”.
Retorno à raiz evangélica >>> nasce como comunidade.
Modelo>>> Jesus Cristo e o seu modo de organizar e de orientar a vida em comunidade em vista do Reino de Deus. Primeira referência do texto é a vida e a prática de Jesus Cristo. Depois, a tradição cristã. Desafios. Propostas Pastorais.

CAPITULO I
PERSPECTIVA BIBLICA

Inspiração: comunidades que o próprio Jesus Cristo fundou por meio dos apóstolos, na força do Espírito Santo.

1.1.        Recuperar a comunidade>>> no tempo de Jesus a comunidade estava se desintegrando. O fechamento era reforçado pelo sistema religioso, Jesus alargou o horizonte da família.
1.2.        A nova experiência de Deus: o Abbá. Pelo seu jeito de ser e de viver, de acolher as pessoas e de revelar o seu grande amor, Jesus era o retrato vivo de Deus. Ele revela a face do Pai. Tinha uma grande intimidade com o Pai. Rezava todos os dias, nos finais de semana, peregrinações a Jerusalém. Neste ritmo de oração, Jesus vivia impregnado pela Palavra de Deus.
1.3.        A missão do Messias. No dia do seu batismo é revelada a sua missão: servo enviado de Deus... e não o Messias glorioso. Jesus realiza sua missão anunciando a Boa Nova de Deus. Revela-se como o Messias que realiza a esperança dos pobres.
1.4.        A novidade do Reino. Jesus atraía muita gente e pregava uma nova proposta de vida: todos são irmãos e irmãs; há igualdade entre homem e mulher; há partilha dos bens; relacionam-se como amigos e não como empregados; o poder é exercido como serviço; é dado o pode de perdoar e reconciliar – comunidade, como lugar de perdão; se faz oração em comum; se vive na alegria.
1.5.        Um novo estilo de vida comunitária. A alegria da renovação comunitária se espalhou pela Galiléia e atraiu muita gente. Jesus chamou 72 discípulos com algumas recomendações: 1.Hospitalidade; 2. Partilha; 3. Comunhão da mesa; 4. Acolhida aos excluídos. O Reino de Deus implica uma nova maneira de viver e de conviver, nascida da Boa Nova que Jesus anunciou.
1.6.        O novo modo de ser pastor. Com bondade e ternura, ele acolhia o povo. Seu agir revela um novo jeito de cuidar das pessoas. Jesus recupera a dimensão da fé – ele visitou as pessoas. Ele transmitiu a Boa Nova, indo ao encontro das pessoas, estabelecendo com eles uma relação direta da prática do acolhimento. Tem especial cuidado com os doentes. Anuncia o reino para todos. Não exclui ninguém. Supera as barreiras de sexo, religião, etnia e de classe.
1.7.        O ensinamento novo. A pregação de Jesus era muito ligada ao cotidiano das pessoas. Ensinava de forma interativa... ele falava com autoridade... e sua própria vida era o testemunho eloquente do que ensinava.
1.8.        A nova Páscoa. Na manhã da Páscoa, a comunidade dos discípulos fez a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. N a Páscoa, a morte foi vencida.
1.9.        Pentecostes: o novo Povo de Deus. Reveste os discípulos do seu poder celeste para que se tornem testemunhas universais do evangelho... pagãos acolhem com alegria a boa nova do Reino. Criam novas comunidades pela filiação divina. O comportamento filial do cristão é fruto do Espírito. A comunidade cristã é a testemunha de Cristo até os confins da terra.
1.10.     A nova comunidade cristã (At 2,42). Inspiração para toda a comunidade cristã, quatro colunas básicas: - o ensinamento dos apóstolos (não mais a escuta aos fariseus); a comunidade – indica a atitude da partilha dos bens – ‘um só coração e uma só alma’; a fração do pão – era feita nas casas; as orações – permaneciam unidos a Cristo.
1.11.     A missão. As testemunhas pascais recebem o mandato missionário do próprio Senhor. As comunidades nasciam em meio a muitas tensões, conflitos e perseguições. Judeus resistiam e os pagãos se convertiam. Os discípulos eram reconhecidos por viverem em comunhão. Comunhão e missão estavam profundamente unidas.
1.12.     A nova esperança: a comunidade eterna. A comunidade cristã caminha rumo à pátria Trinitária. Trabalhar por mundo melhor esperando a plena realização dos novos céus e da nova terra. Essa expectativa é marcada por uma tensão entre o seguimento de Jesus Cristo no cotidiano e a certeza da sua vinda gloriosa. O Reino definitivo pode ser designado como a Pátria Trinitária, a comunidade perfeita onde Deus será tudo em todos e Cristo entregará toda criação ao Pai. A Igreja brota da Trindade e é nesta perspectiva trinitária que ela fundamenta a sua vida comunitária.

CAPITULO II
PERSPECTIVA TEOLÓGICA

A compreensão da comunidade para a fé cristã deriva da vida e do ensinamento de Jesus, assimilados pelos apóstolos e pelas primeiras comunidades.
Jesus inicia seu ministério chamando os discípulos a viverem com ele. A dimensão comunitária é fundamental para a Igreja, pois se inspira na própria Santíssima Trindade, a perfeita comunidade de amor. Sem comunidade, não há como viver autenticamente a experiência cristã.
2.1. A Igreja Doméstica.
Na Bíblia, paróquia significa: paroiká= migrante; paroiken= viver junto e paroikós= próximo, junto. A paróquia é uma ‘estação’ onde se vive de forma provisória, pois o cristão é caminheiro. Para Paulo existe a Igreja Doméstica – as comunidades se reuniam na casa dos cristãos. Lugar de acolhida, para ouvir a palavra, repartir o pão e viver a caridade.

2.2. O surgimento das paróquias.
Nos primeiros séculos, os cristãos se reuniam em comunidades domésticas. A antiga relação igreja-casa se enfraquece e se faz a introdução das paróquias territoriais. A partir do século IV aparece de um lado a diocese e de outro, a paróquia. Eram originariamente paróquias rurais que logo se estenderam pelas cidades. Nascem de uma preocupação pastoral e missionária.
Século XVI, Concilio de Trento: pároco tenha residência fixa; seminário para formar o clero; estabelecer a territorialidade dos cristãos e a criação de novas paróquias. O modelo de Trento chegou até os nossos dias.
A preocupação principal da paróquia não foi com a vida comunitária, nem a pregação, nem o testemunho, nem o serviço mas o culto. Daqui decorre a redução da vida comunitária, com menos força missionária e atuação profética.

2.3. A paróquia no Concilio Vaticano II.
Insiste no valor da Igreja reunida em assembleia eucarística. Ela é fonte e cume de toda vida crista. A paróquia só pode ser compreendida a partir da diocese, pois ela é uma ‘célula da diocese’. A paróquia encontra no conceito de comunidade a autocompreensão e sua realidade histórica. A Igreja é o povo de Deus reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É preciso perceber a riqueza do que se entende por comunhão. Comunhão com Deus, com os bens salvíficos - eucaristia. Tem sua origem na Santíssima Trindade.
A comunidade tem força profética no mundo contemporâneo marcado por traços profundos e individualismo. É preciso recuperar as relações interpessoais e de comunhão como fundamento para a pertença eclesial. Vaticano II = 1. Passagem do territorial para o comunitário; 2. Do principio único do pároco a uma comunidade toda presbiteral; 3. Da dimensão cultual para a totalidade das dimensões da comunhão e da missão da Igreja no mundo.

2.4. A renovação paroquial na América Latina e Caribe.
Há anos se propõe a paróquia como comunidade de comunidades. Puebla vê na paróquia um lugar de encontro, de fraterna comunicação de pessoas e de bens. Se encontra inserida entre as casas dos homens.
Aparecida: a multiplicação das comunidades eclesiais menores e a nova pastoral urbana. Contribuição das CEBs no Brasil. Não se pode poder comunidade com multidões anônimas dentro de uma paróquia. Faz-se urgente renovar suas estruturas. A paróquia para muitos é o único espaço de inserção na Igreja.

2.5. A paróquia como casa.
Comunhão entre as pessoas é a Igreja que está onde as pessoas se encontram. É a casa – comunidade, onde as pessoas se encontram. A paróquia pode ser não territorial, ambiental ou de acordo com a escolha da pessoa.
Paróquia – casa, como lar, ambiente de vida, referência e aconchego de todos que trabalham pelas estradas da vida. A paróquia pode e deve ser a casa da acolhida.
  1. A paróquia é a casa da Palavra, que se torna a casa do discípulo que acolhe e pratica a palavra. A Igreja escuta, acolhe e vive a Palavra, sendo a liturgia o lugar privilegiado para essa comunicação.
  2. A Igreja se nutre com o pão do corpo de Cristo, onde existe a fraternidade. A eucaristia é fonte inesgotável da vocação cristã e do seu impulso missionário. Como casa do pão, preciso oferecer pão aos que tem fome, dizer uma palavra significativa para os que estão em busca de um sentido para a vida.
  3. Casa da Caridade – amor ágape. A amizade é o paradigma de todo relacionamento de Jesus com os discípulos e de Deus com a humanidade. Essa amizade se traduz em compaixão pelos que sofrem.

2.6. A paróquia hoje.
É o lugar onde o cristianismo se torna visível em nossa cultura e história. A paróquia está desafiada a se renovar diante das aceleradas mudanças de nosso tempo. É preciso rever a nossa ação evangelizadora.
Ela é a casa da acolhida dos peregrinos e comunidade como lar dos cristãos onde se faz a experiência comum de seguir Jesus Cristo. Ela é o espaço para receber diferentes pessoas, com suas buscas e vivências, que pretendem seguir o caminho.
É um grupo de pessoas que a partir da fé tem profunda comunhão com Deus e entre si, fundamento de toda experiência cristã e eclesial.
A paróquia não é principalmente uma estrutura, um território, um edifício, mas é sobretudo a família de Deus, como uma fraternidade animada pelo espírito de unidade, é uma casa de família, fraterna e acolhedora, é a comunidade de fiéis.

CAPITULO III
NOVOS CONTEXTOS: DESAFIOS À PARÓQUIA

A cultura do nosso tempo desafia a novos conceitos... é a mudança de época. Conhecer a realidade das comunidades paroquiais. É preciso superar a pastoral da manutenção.
Desafio: superar, ou melhor, criar um plano pastoral. Em muitos lugares tudo está restrito à catequese e instrução da fé; em outros, existe uma iniciação cristã, liturgia viva e participativa, presença dos jovens, ministérios leigos, CPP e CAEP.
É importante identificar os desafios que dizem respeito aos aspectos da pessoa, da comunidade e da sociedade.

3.1 Desafios no âmbito da pessoa.
Hoje existe um grande perigo de fortalecer o individualismo, o egoísmo e os interesses pessoais. Dali provém as seguintes consequências:
<<< intimismo religioso – individualismo com acento emotivo que compromete a vida comunitária.  Nesse sentido, nasce uma vivência religiosa mediática, baseada em sentimentalismo e bem-estar. Experiência religiosa sem pertença comunitária e sem compromisso. Cresce a indiferença pelo outro...  o que conta é o aqui e agora... a famosa cultura imediatista.
<<<mudança na família – dificuldade de unir-se no amor e na fidelidade. Novas configurações de família: juntos sem sacramento, segunda união, sozinhos com filhos, adotados por solteiros ou mesmo sexo. A Igreja, família de Cristo, precisa acolher a todos os seus filhos com amor e usar de misericórdia. Muitos se afastaram por causa de orientações duras e proibitivas.

3.2. Desafios na comunidade
Diversas concepções de comunidade no mundo de hoje, por exemplo, no mundo virtual. Essa realidade implica a revisão da ação pastoral na Igreja.
>>>A nova territorialidade – do físico ao ambiental. A transformação do nosso tempo prova uma nova concepção dos limites paroquiais, sem delimitação geográfica. O ser humano atual vive marcado pela mobilidade e pelo dinamismo de suas relações. O referencial importante é o sentido de pertença à comunidade e não tanto ao território. Busca comunidade por causa do movimento, horários alternativos, um bom pregador, vínculos com uma comunidade religiosa. Além disso, prefere a vida em rede, onde as relações se estabelecem por afinidades e não por territorialidade.
É na comunidade que se constrói a identidade comum e é lá onde nascem os vínculos de convivência. É um lugar de construção comunitária de experiência cristã. Mas é necessário ampliar o conceito para não reduzi-lo a um espaço demarcado e estabilizado. Isso exige rever as estruturas de pastoral. Existem muitas estruturas obsoletas na pastoral. Uma delas se refere à linguagem, pois faz-se necessário anunciar Jesus Cristo de modo acessível e atual. Muitas vezes não somos capazes de estabelecer relações entre a vida dos que creem e o mistério de Deus. Outro problema é o excesso de burocracia e a falta de acolhida em muitas secretárias paroquiais. A administração paroquial, muitas vezes, reduz a função dos presbíteros a administradores da paróquia. Tudo isso exige uma profunda conversão das pessoas e das comunidades para Cristo.
Entre o relativismo e o fundamentalismo. São sintomas de desenraizamento e fechamento em relação à comunidade. O relativismo acaba cegando a pessoa, sem condições para distinguir o certo do errado, sendo tudo decidido pela consciência do individuo. Surge também o perigo de perder o sentido do pecado e a necessidade de reconciliação. Cresce uma postura fundamentalista que impede de perceber o outro como diferente.

3.3. Desafios da sociedade.
Nova consciência de pertença ao planeta e de integração entre tudo e todos. Aumentam as propostas de ‘espiritualidade’ da prosperidade e da felicidade individual. Diminui o interesse pelo bem comum e o comprometimento solidário.
Há uma forte tendência no mundo para que a sociedade seja laicista e a religião não interfira na esfera pública. Não se busca mais o verdadeiro, mas o desejável. A verdade se torna relativa às diferentes necessidades das pessoas. Cresce a cultura do imediatismo. Apesar de toda rejeição ao sagrado, o ser humano continua tendo sede de interioridade. Nessa sociedade, a paróquia e as comunidades, precisam rever a forma como comunicam a fé publicamente. Muitas vezes a expressamos de forma tímida, para um tempo que clama pela beleza, verdade e bondade.
O pluralismo cultural é outro grande desafio. Diversas formas de pensar, conviver em nossa cultura. Também a religião vive esse pluralismo. Alguns fiéis católicos frequentam outros cultos e centros religiosos, buscando conforto para suas dificuldades.
A sociedade, em tempos de mudanças, é marcada pela instabilidade e pela mobilidade. Muitos buscam novos grupos religiosos, procurando soluções imediatas para os problemas do cotidiano. O contato com a realidade exige uma atitude: conversão ao evangelho. É preciso inserir de modo crítico e construtivo, na nova realidade, tudo aquilo que é permanente e precioso na tradição cristã. Confrontar-se com a realidade é reconhecer seus valores e identificar seus limites.

3.4. A urgência da renovação paroquial
As razões para a renovação são muitas: dimi9nuição dos fiéis; poucos padres; crise do sacramento da reconciliação; afastamento dos jovens.
Está em crise o sentimento de pertença às comunidades e o engajamento na paróquia. Afetivamente, há pessoas mais ligadas a expressões religiosas veiculadas por médias católicas. Preferem colaborar economicamente com as campanhas televisivas do que participar do dizimo paroquial.
Os desafios são externos e internos à comunidade. De fora, o individualismo, relativismo, fundamentalismo, pluralismo... de dentro, a prática de conversão pastoral, enfrentando o problema de territorialidade paroquial e da manutenção de estruturas obsoletas à evangelização.
CAPITULO IV
PERSPECTIVAS PASTORAIS

A renovação paroquial depende da atenção dada ao princípio comunitário da fé.

4.1. Recuperar as bases da comunidade cristã.
At 42 – ensinamento dos apóstolos, comunhão fraterna, fração do pão e oração.
A paróquia, como comunhão de comunidades, sente-se desafiada a vencer a tentação do fechamento e apatia em relação aos outros (convívio, vínculos profundos, interesses comuns). Tudo isso supõe uma nova relação de cada pessoa envolvida com a comunidade. Requer pessoas dedicadas ao testemunho cristão na comunidade/ com ardor renovado por Jesus Cristo. A comunidade é o lugar da fé e do seguimento de Jesus Cristo.
Critérios: Palavra de Deus como fonte; iniciação cristã; catequese, liturgia; viver o múnus profético, sacerdotal e real.
>>> Viver da palavra: ser comunidade profética.
A Palavra de Deus é a base para enfrentar a situação atual de pluralismos e incertezas. Faz-se necessário um encontro com a palavra de Deus. Somente em comunidade e em comunhão com a Igreja, a pessoa poderá ler a Bíblia sem reducionismos intimistas, fundamentalismos e ideologias. Todos batizados devem ser iniciados na vida cristã marcada pela escuta da palavra de Deus. A leitura orante da Bíblia. Outro desafio está na preparação aos sacramentos. Só haverá revitalização das comunidades com uma catequese centrada na Palavra de Deus, expressão maior da animação bíblica da pastoral.
>>> Viver da eucaristia: ser comunidade sacerdotal
A celebração da fração do pão é o ponto alto da vivência pascal das primeiras comunidades cristãs. Na celebração eucarística, a comunidade renova sua vida em Cristo. A eucaristia é escola da vida cristã. Adoração do Santíssimo Sacramento. Sacramento da Reconciliação. Valorizar mais o domingo, como o dia do Senhor, em que família cristã se encontra com o Cristo. O domingo pra o cristão é o dia da alegria, do repouso e da solidariedade. A fé vence o individualismo.
>>> Viver da caridade: ser comunidade do Reino.
O amor ao próximo, radicado no amor de Deus, é um dever de toda comunidade eclesial. As pessoas tem sede de vida e de felicidade em Cristo. Jesus é o Senhor da vida e que traz a vida em abundância para todos. As comunidades paroquiais devem aproximar-se de toda situação onde a vida estiver ameaçada. A aproximação com os pobres e sofredores educa a comunidade cristã.

4.2. A comunidade de comunidades
Paróquia é o centro de coordenação e de animação de comunidades, de grupos e de movimentos.

>>> A setorização da paróquia.
Grupos menores que favoreçam uma nova forma de partilhar a vida cristã. É possível descentralizar o atendimento paroquial. A setorização é um meio, evitando a concentração de todas atividades na matriz. Delegar mais aos leigos e religiosos. A setorização é dividida em pequenos grupos que podem se conhecer e se visitar. Isso poderá ajudar numa evangelização mais personalizada e aumentar as relações positivas com outros agentes sociais, educacionais e comunitários.
>>> Integração de comunidades, movimentos e grupos.
Num mundo plural, não existe um único modo de ser comunidade. As CEBs são alimentadas pela palavra de Deus, pela fraternidade, oração e eucaristia. Elas são presença junto aos mais simples. Comunidades cristãs ambientais ou transterritoriais. As escolas podem ser comunidades dentro das paróquias, assim como as universidades. Presença de movimentos leigos que se envolvem na pastoral paroquial. A busca de diálogo entre fé e razão. Presença das novas comunidades de vida e aliança. Planejamento pastoral, ação do conselho paroquial e do pároco.
>>> Revitalização de comunidade
Será preciso uma verdadeira conversão pastoral de todos. A vitalidade da paróquia está na animação das diferentes formas de expressar a vida em comunidade. Estabelecer relações interpessoais que vençam o anonimato e a solidão. Alegria de se reunir em torno da palavra de Deus, unir a fé e a vida, viver e celebrar, se alegrar e chorar com o outro, atenção às pessoas e às suas necessidades. Será o primado do ser sobre o fazer.

4.3. A conversão pastoral
Quem acolhe a Boa-Nova do Reino de Deus muda a sua vida de acordo com os valores que Jesus viveu e ensinou. Essa nova visão dos relacionamentos, onde o perdão ocupa o lugar central, supõe uma conversão que até hoje nos desafia. Uma conversão que proporcione um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo. O centro de toda conversão é Jesus Cristo. Não haverá conversão se não houver um profundo encontro com Jesus capaz de renovar a pessoa. A conversão pastoral depende de uma conversão pessoal a Jesus Cristo. A conversão pastoral e conversão paroquial andam juntas, pois se fundam na experiência de Deus que as pessoas e as comunidades conhecem.
>>> Conversão dos ministros de comunidade
Jesus Cristo é o bom Bom Pastor que acolhe as pessoas, sobretudo os pobres. Seu agir revela um novo jeito de cuidar das pessoas. Na renovação paroquial, todos estão envolvidos: os bispos, em primeiro lugar; os presbíteros, sobretudo o pároco – ele é um dom para a comunidade, servidor do povo, acolhendo bem as pessoas, um pai espiritual. A paróquia há de fazer a diferença no atendimento, começando pelo padre. O pároco precisa ser um homem de Deus, com profunda experiência de encontro com Jesus Cristo. Deve cuidar com o excesso de trabalhos. Atualização do padre, dedicando tempo ao estudo. Requer uma vivência mais comunitária do ministério, evitando personalismos.
Os diáconos tem papel importante, sobretudo nas obras de caridade da paróquia. Visitar os enfermos, acompanhar os migrantes. A sua função não será reduzida a tarefas litúrgicas. Além dos diáconos, a participação ativa dos leigos. Valorizar as lideranças cristãs; compartilhar as decisões pastorais e econômicas; multiplicar os diferentes ministérios nas comunidades. E, por fim, a presença positiva e importante dos religiosos e das religiosas.
>>> Protagonismo dos cristãos leigos.
Ela deriva do batismo. Reconhecer a diversidade de carismas, serviços e ministérios leigos. Dos sacerdotes esperam a luz e a força espiritual

4.4. Transformar as estruturas.
Promover reformas não só espirituais, mas também institucionais. A primazia do fazer ofuscou o ser cristão. É preciso agir para responder às inquietações novas.
>>> Participação ativa de todos – CPP/CAEP, sem dissonância entre ambos. É urgente superar a mentalidade que prioriza construções e obras materiais e abdica de investir na formação das pessoas. A gestão precisa ser qualificada e transparente. A manutenção também exige novas posturas. Estabelecer solidariedade entre as paróquias e as comunidades da diocese. Superar a mentalidade individualista ou corporativista que poderá existir em algumas pessoas.
A paróquia não pode se separar da vida diocesana. A pastoral deve ser organizada com as paróquias vizinhas. Manter vínculos afetivos e efetivos com as paróquias de áreas missionárias, especialmente na Amazônia.
Deve acontecer a passagem da pastoral de conservação baseada na sacramentalização, para a pastoral decididamente missionária. Muitos católicos deixam a Igreja e procuram Deus, que não encontraram na católica.

4.5. A transmissão da fé: novas linguagens
Na evangelização e na pastoral persistem linguagens pouco significativas para a cultura atual, especialmente para os jovens. A juventude mora no coração da Igreja. É preciso promover uma comunicação mais direta e objetiva, principalmente nas homilias alicerçadas na Palavra de Deus e na vida.
Comunidade missionária e comunidade acolhedora. Exercer melhor a acolhida, dialogando e propondo caminhos para aqueles que se sentem distanciados do caminho. Diante de pessoas afastadas e que procuram a Igreja, é preciso acolhê-las bem. Acolher bem as pessoas trata-se de uma atitude misericordiosa da Igreja para com todos.
Necessidade de atitudes ecumênicas. Promova-se, então, o diálogo inter-religioso.
4.6. Proposições
Promover o encontro das pessoas com Jesus Cristo.
<<< Criatividade – usá-la para melhor atender as pessoas que vivem em diferentes ritmos de vida. Valorizar a beleza e a simplicidade dos espaços da comunidade, pois o ser humano vive marcado pela cultura do belo.
>>> Pequenas comunidades – a comunidade menor favorece os valores do relacionamento interpessoal. A comunidade deve fazer o seu caminho, sempre unida à palavra, a oração, a comunhão fraterna e ao compromisso de serviço aos pobres.
>>> Ministérios leigos – dar sólida formação doutrinal, pastoral e espiritual. Convocação e formação dos leigos das comunidades com espaço para a participação dos leigos.
>>> Formação – clara e decidida opção pela formação de todos os membros das comunidades. Não basta informar, mas também formar.
>>> Catequese e iniciação cristã. A catequese deve ser a prioridade na formação, sob a orientação do ritual da iniciação cristã dos adultos (RICA) e do Diretório Nacional da Catequese. Percorrendo as diversas etapas: querigma, conversão, discipulado, comunhão e missão.
>>> Jovens – opção afetiva e efetiva pela juventude garantindo espaços adequados, com atividades, metodologias e linguagens próprias.
>>> Liturgia – real encontro com Cristo. Cuidar da sua beleza ( cânticos, símbolos, ritos). Não exceder nas falas, explicações e comentários. Homilia é fundamental, centrada nas leituras da Bíblia, comprometida com a realidade. Seja breve, sem discursos genéricos e abstratos. Preparar a homilia com meditação e oração, a fim de pregar com convicção e paixão. Boa formação dos ministros da palavra. Valorização da piedade popular.
>>> A caridade – acolher a todos, principalmente aos que estão a beira do caminho. Marcar presença em todos os dramas da pessoa, especialmente no momento de luto. Valorizar a família, santuário da vida.
>>> Perdão e acolhida – sacramento de reconciliação aos fiéis. Atendimento individualizado. Atender mais as pessoas que buscam a comunidade. Pastoral da acolhida, da escuta e do aconselhamento. O dom de escutar para acolher aqueles que procuram a comunidade. Atrair aqueles que se afastaram da comunidade. Se forem bem acolhidos, poderão retornar ou ingressar na vida comunitária.

Considerações finais
A paróquia é a grande escola de fé, de oração, dos valores e dos costumes cristãos. Continua sendo uma referência importante para o povo cristão, inclusive para os não praticantes. Ali deve fazer o encontro com Jesus Cristo.
Ela precisa de uma renovação urgente. Nova organização – pequenas comunidades; setorizada, com ousadia missionária, capaz de fortalecer o testemunho e estimular o anúncio. Renovar o ministério do pároco, pastor e animador do povo que lhe foi confiado. Promover a participação dos leigos nas decisões de comunidade. Integrar as comunidades religiosas, CEBs, movimentos. Olhar para o futuro da paróquia, como comunidade das comunidades, com esperança de vencer o vazio e o deserto de muitas pessoas.
Esse é o tempo oportuno para uma nova evangelização. Há muita sede e, em Cristo, há a água que sacia toda sede humana.
Acreditando que para Deus nada é impossível, é importante vencer o pessimismo da situação. É hora de renovarmos as paróquias para que se organizem em comunidades e favoreçam as multiformes manifestações da vida cristã. Novo entusiasmo por Deus e por seu Reino, uma nova evangelização.
Somos uma Igreja em caminho que sabe onde deve aportar: a Santíssima Trindade, onde Deus será tudo em todos (cf. 1Cor 15,28).
Síntese organizada pelo Pe. André Marmilicz
 
DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS   |   R. Izabel A Redentora, 1392   |   83005-010 - São José dos Pinhais - PR   |   (41) 3035-9800
 
Fonte: http://www.diocesesjp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1005:comunidade-de-comunidades-uma-nova-paroquia&catid=1:noticias-&Itemid=938

domingo, 9 de novembro de 2014

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Encontro de Ministros da Comunhao



Encontro com os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística em Morro do Chapéu, 16/02/2014

No dia 16/02/2014 foi realizado na Paróquia Nossa da Graça em Morro do Chapéu - BA, o Primeiro Encontro de ano de 2014 com Ministros da Comunhão Eucarística da Forania São Marcos. Estiveram presentes cerca de 77 ministros das cinco paróquias que compõem a forania. O evento teve como formador o Ministro da Comunhão e da palavra Emanoel da cidade de irecê-BA do qual abordou o seguinte tema: O papel do ministro no anúncio do evangelho e no compromisso com a adoração. O  tema foi refletido à luz da 1ª Exortação Apostólica do Papa Francisco, “Evangelii Gaudium” - “A Alegria do Evangelho.” A Exortação Apostólica traz as contribuições e impulsos da assembléia do Sínodo dos Bispos de outubro de 2012, sobre o tema da “nova evangelização para a transmissão da fé cristã”. Mas também representa uma palavra pessoal do Papa Francisco e retrata sua experiência pessoal de “nova evangelização” na América Latina, especialmente, aquela do Documento de Aparecida.

          

         

        

       

     


       

         

          

          

          

          

         

          

           

            

            

          

         

          

           






























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